Após enfrentar resultados desafiadores consecutivos, o Magazine Luiza (MGLU3) divulgou um trimestre apresentando sinais mais claros de que as medidas em busca de maior rentabilidade estão gerando resultados positivos.
A varejista reportou um lucro líquido de R$ 27,9 milhões no primeiro trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 391,2 milhões no mesmo período do ano anterior, principalmente devido a menores despesas financeiras.
Além disso, a margem Ebitda ajustada atingiu 7,4%, a maior dos últimos quatro anos, segundo a própria empresa, registrando um aumento de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior, com parte desse desempenho sendo influenciado pelo repasse do DIFAL durante 2023, uma alíquota relacionada a compras interestaduais.
As ações, que tiveram uma abertura com ganhos, acabaram revertendo para queda, com uma baixa de 5,39%, chegando a R$ 1,58, às 11h35 (horário de Brasília), seguindo a tendência de queda do mercado em geral.
Além disso, analistas têm questionado se este é o momento ideal para comprar os ativos.
Baixe uma lista com 11 ações de Small Caps que, segundo especialistas, têm potencial de crescimento nos próximos meses e anos Continua depois da publicidadeSobre a evolução do balanço em si, aproximadamente dois anos atrás.
A equipe de análise da XP avalia que o Magazine Luiza apresentou um conjunto sólido de resultados no 1T, com uma receita líquida ainda moderada, porém melhorando a rentabilidade com ajustes comerciais e maior penetração de serviços.”
O volume bruto de mercadorias (GMV) total teve um aumento de 3% em comparação ao ano anterior, impulsionado pelo melhor desempenho das lojas físicas (com aumento de 9% das vendas no mesmo grupo de lojas em relação ao ano anterior), provavelmente refletindo a otimização do parque de lojas dos concorrentes, e pelo marketplace 3P (+6,4%), compensando a queda no 1P.
No geral, as vendas líquidas aumentaram ligeiramente (2%), com as receitas de serviços (+7,3%) mais uma vez superando as vendas de mercadorias (+1%).Continua depois da publicidade.
A Genial destacou que ao liderar a ideia de que o crescimento da empresa não deve ocorrer a qualquer custo (algo que ficou para trás com a taxa Selic de 2,0%/ano), o mercado começa a reconhecer os efeitos positivos dessa mentalidade nos lucros.
“Pelo segundo trimestre consecutivo, o Magazine Luiza apresentou uma margem Ebitda ajustada acima de 7,0% e lucro líquido – vale ressaltar que o primeiro trimestre do ano geralmente não traz grande alavancagem operacional para o setor e, mesmo assim, a empresa tem demonstrado racionalidade ao permanecer rentável e capacidade de repassar preços”, cita a equipe de análise.
Comprar ou não comprar ações?A Genial expressou confiança na tese de crescimento no e-commerce e afirmou que, apesar de serem negociadas a 28 vezes o lucro esperado para 2024 e 15 vezes o projetado para 2025 (não sendo considerado um valuation “barato”).
Sendo assim, elevaram a recomendação para compra, com um preço-alvo de doze meses mantido em R$ 2,60 – o que representa um potencial de 56,0% de valorização em relação ao fechamento do último pregão.Continua depois da publicidade.
“Apesar do crescente fluxo de notícias sobre a disputa entre os irmãos Kalunga e Frederico Trajano, atual CEO do Magazine Luiza, acreditamos que o impacto para a empresa é nulo”, destaca a Genial, avaliando que a disputa não deve trazer riscos de provisões ou cancelamento da aquisição.
Saiba mais:Confira o calendário de resultados do 1º trimestre de 2024 da Bolsa brasileiraContinua depois da publicidadeTemporada de balanço do 1º tri ganha força: em quais ações e setores ficar de olho? Outro fator considerado para elevar a recomendação do Magazine Luiza está relacionado à sua estrutura de capital.
Em janeiro, a empresa quitou o principal e os juros da 9ª Emissão de Debêntures (R$ 900 milhões). Durante o mês de abril (ainda sem considerar os resultados deste primeiro trimestre), a companhia liquidou completamente todos os Empréstimos e Financiamentos dos próximos 12 meses, efetuando o pagamento de R$ 2,1 bilhões – incluindo os juros devidos.
Com a próxima dívida vencendo somente no final de 2025 e a taxa Selic desacelerando (mesmo que em um ritmo menor do que o estimado pelo mercado no início de 2024), a Genial acredita que isso abrirá espaço para uma margem operacional mais robusta do Magazine Luiza nos próximos trimestres.
Além disso, com a LucraCred (joint venture entre Magalu e Itaú) gerando lucro líquido pelo segundo trimestre consecutivo, os acionistas aprovaram um aumento de capital na área de crédito da empresa, no valor de R$ 400 milhões, por meio da emissão de novas ações.
O Itaú e o Magazine Luiza também concordaram em deliberar um segundo aumento de capital, no montante de R$ 600 milhões.
Essa operação será concluída após ambas as partes finalizarem a estruturação de um instrumento de financiamento e deverá impulsionar a originação de crédito e, consequentemente, aumentar as vendas ao longo do segundo semestre.
Continua depois da publicidadePara o Bradesco BBI, o primeiro trimestre de 2024 representou um avanço mais claro para reduzir o risco relacionado à estrutura de capital do Magazine Luiza.
“O aumento de capital de R$ 1,25 bilhão foi definitivamente benéfico, mas o perfil subjacente de fluxo de caixa também melhorou desta vez, o que é naturalmente um bom sinal de apoio à tese.
A consistência continua sendo fundamental e toda a atenção agora está voltada para a velocidade com que o GMV/ receita do Magazine Luiza pode se recuperar, enquanto a melhoria da margem Ebitda, combinada com a redução das despesas financeiras líquidas, deve gradualmente aliviar a sua DRE”, avalia o banco.
No entanto, devido aos múltiplos, o banco prefere manter o preço-alvo de R$ 3,00 e uma recomendação neutra para o Magazine Luiza por questões de valuation.Por outro lado, o BTG tem uma recomendação de compra para MGLU3 com um preço-alvo de R$ 4.